Indice
ENQUADRAMENTO DA SWOT
A SWOT É USADA PARA PREPARAR A ESTRATÉGIA
A análise SWOT e a análise PEST são das primeiras ferramentas de análise a serem utilizadas. Têm uma base empírica, e por isso normalmente servem de base de trabalho para outros meios de análise mais detalhados:
- ANÁLISE DE MERCADO (Marketing)
- ANÁLISE COMPETITIVA (Marketing e Geral)
- PORTER 5 FORCES (Geral)
- ANÁLISE DE CAPACIDADES (Geral)
- BUSINESS CANVAS (Marketing e Geral)
no entanto pode ser efectuado um relatório de análise SWOT para resumir o que se aprendeu com as outras análises. Na fase seguinte à compreensão a empresa pode elaborar uma plano de marketing.
QUANDO SE DEVE FAZER
Muitas vezes as entidades financiadoras perguntam pelo SWOT da empresa ou futuro negócio, sendo normal tornar-se mais um campo por preencher. O SWOT foi burocratizado, e nada mais terrível de que tornar uma ferramenta tão útil numa tarefa de “encher chouriços”. Não caia na tentação.
A análise SWOT deve-se fazer continuamente. Formalmente no momento da definição das estratégia, trimestralmente, anualmente ou periodos mais longos. E informalmente, porque as oportunidades e as ameaças estão sempre a aparecer. Também, o que era uma fraqueza ou força, pode ser rápidamente valorizado ou desvalorizado.
QUEM DEVE FAZER
Uma boa análise SWOT deve ser feita por várias cabeças e posteriormente filtrada, exemplos:
- se o empresário faz a sua própria análise, corre o risco de esquecer os seus defeitos;
- se o empresário tem um forte desejo de que o negócio dê certo, ele fará uma SWOT que esquece as ameaças;
- se existe uma moda como abrir Alojamento Local, rápidamente se esquece da provável concorrência no médio prazo;
- se o empresário é um otimista, apenas verá as suas virtudes;
Reunir a equipa maravilha
- Stackeholders de confiança, sérios e que não estejam financeiramente dependentes;
- Consultores sem perspectivas de continuidade contratual;
- Colegas antigos e familiares;
PERGUNTAS PARA ANÁLISE SWOT
Num primeira fase risque as perguntas que não fazem sentido. Depois responda com profundidade, uma a uma, as perguntas que sobraram.
Strengths – FORÇAS
normalmente são da própria empresa
- Quais são as vantagens que o negócio possui
- O que é que ele faz melhor que os outros
- O que é único ou que recursos baixo custo que consegue fazer e que os concorrentes não conseguem
- Qual é a força da marca da sua empresa
- Qual é a Proposta Única de Valor
Weaknesses – FRAQUEZAS
normalmente são da própria empresa
- O que pode ser melhorado
- O que deve ser evitado
- O que é que o mercado vê como fraquezas do negócio
- Quais são os factores que o fazem perder vendas
Opportunities – OPORTUNIDADES
normalmente fora da empresa
- Quais são as oportunidades relevantes
- Quais são as tendências interessantes
- Mudanças relevantes : tecnologia, marcados, políticas de governo, demografia
- Eventos locais
Threats – AMEAÇAS
normalmente fora da empresa
- Quais são os obstáculos que enfrenta
- O que andam os concorrentes a fazer
- Quais são as especificações standard que estão a mudar
- Tem problemas financeiros
- Alguma fragilidade na equipa de gestão que representa uma ameaça
COMO FAZER A ANÁLISE PARA NOVOS NEGÓCIOS
Que forças e fraquezas (normalmente as análises internas) é que se podem vislumbrar de uma empresa que ainda não nasceu?
Prepara a análise SWOT de um novo negócio com base nas seguintes premissas.
1 – Existe a Ideia, o dinheiro de Capitais Próprios e a Equipa de Gestão. O que é mais determinante no sucesso de uma empresa, é a capacidade de gestão dos gestores, o que é que eles demonstraram no passado.
Descreva as forças que a equipa de gestão detém, a sua experiência, as recomendações e fundamentalmente a capacidade de liderar projectos com sucesso.
2 – Motivação e Resiliência. Aqui em Portugal, quem falhou uma vez é voltado ao ostracismo, mas nos países de economias de sucesso, é uma factor favorável relevante.
Demonstre empenho, que está a 100% e que sabe muito bem o que quer (percebendo muito, mas muito do assunto).
3 – Onde está a Oportunidade de Mercado, ou melhor, qual é o PROBLEMA que a concorrência ainda não consegue resolver. Apaixone-se pelo problema, não pela solução.
Demonstre que sabe qual é o problema, que detém um know how superior, que conhece o mercado.
MATRIZ 2×2 SWOT – LIGADA Á INICIATIVA
factores internos vs externos
Este modelo é bastante utilizado e reconhecido (menos conhecido em Portugal), especialmente para o planeamento de negócios de marketing. É um método utilizado para juntar, estruturar, apresentar e rever dados de planeamento mais complexos.
A análise SWOT neste formato actua como uma ferramenta de rápida tomada de decisão.
Strengths – FORÇAS (interno) | Weaknesses – FRAQUEZAS (interno) | |
Opportunities – OPORTUNIDADES (externo) | forças / oportunidades prioridades óbvias Aumentar o ROI (Return On Investment).Rapidez e facilidade de implementar.Justifica um planeamento de implementação imediato (um estudo de viabilidade). | fraquezas / oportunidades opções potencialmente atraentes Probabilidade de trazer retorno interessante, se a capacidade e implementação for viável.Potencialmente mais estimulante que as forças / oportunidades, devido à mudança, desafio, tácticas e benefícios de ter atingido melhorias. |
Threats – AMEAÇAS (externo) | forças / ameaças fácil de defender Para ter consciência, planear, e implementação necessária para fazer face às ameaças. O investimento é normalmente necessário e seguro. | fraquezas / ameaças elevado risco Análise de risco crucial. Onde o risco é baixo, ignorar as ameaças, mas não estar distraido. Onde o risco é elevado, deve-se estimar as falhas de capacidade e planear formas especificas de controlar as ameaças. |
Esteja consciente de que a utilização do modelo matriz 2×2, que assume a categorização dos factores internos e factores externos, existe a tendência para se concentrar nos factores externos.
Algumas ameaças e oportunidades internas existem e podem ser substanciais: poupança de energia, processo de melhoria continua, formação, publicidade, descontinuidade de produtos, saída de pessoal fundamental, perda de contratos, entre outros.
Também esteja consciente que o modelo simplificado matriz 2×2, só por si não tem a fiabilidade necessária para identificar as ameaças e oportunidades.
EXEMPLO: INTERPRETAR A ANÁLISE SWOT
É comum a análise SWOT não constar no plano de negócios. Ela serve para construir uma compreensão mais profunda do negócio, e tem que constar em documento, que é regularmente actualizado.
1º – CLASSIFIQUE AS PRIORIDADES
2º – INDIQUE O RISCO E POSSÍVEIS INICIATIVA
3º – AVALIE SE PODE FAZER PARTE DO PLANO
S – Normalmente as FORÇAS é parte da estratégia
Por exemplo na APLE
1º – Capacidades de Marketing e de Publicidade, que aumentam a força da marca e criam maior procura
2º – Forte presença nos canais de distribuição nos EUA
3º – Integração vertical
4º – Conhecimento da Marca e Reputação
5º – Forte performance financeira
… e falta falar na inovação e na qualidade.
As pessoas podem ser forças. Se no restaurante, tem uma excelente cozinheira, não deixe de considerar a ameaça de ela sair (desmotivação, doença,…).
W – Coloque as FRAQUEZAS nos problemas a resolver e/ou em constante observação
Por exemplo no RESTAURANTE DA ESQUINA
1º – Pouca conformidade nos pratos
2º – Dificuldades de Estacionamento à hora do almoço
3º – Elevada rotação dos funcionários
4º – Decoração desactualizada
5º – Fraca performance financeira
1 A falta de conformidade nos pratos, foi detectada com ajuda externa. Um dos pontos fortes do Mac Donalds e da Portugália, é sempre que lá vamos, o sabor, a textura, tamanho, não varia muito. Sabe-se com o que se pode contar. 2 A falta de estacionamento, faz com que muitos potenciais clientes, procurem outras paragens. Negociar com a Câmara uma licença com o horário das 12h30 às 14h00, às portas do restaurante. 3 O que está por detrás da elevada rotação, mau recrutamento, dificuldades de relacionamento do gerente,…
Se no plano de negócios, não tomar nenhuma iniciativa relativamente a alguma das principais fraquezas, ou faz parte da estratégia ou é um mau plano.
O – As OPORTUNIDADES obriga ao Gestor ter um conhecimento superior do que se passa lá fora.
Outra vez no RESTAURANTE DA ESQUINA
1º – Abertura de novos parques de escritórios
2º – O declínio do concorrente ao lado
3º – O digital ainda não foi aproveitado
Aqui o Gestor, tem de demonstrar que está perfeitamente consciente do que se passa à sua volta, e que está atento às próximas oportunidades. Está patente o planeamento a médio longo prazo.
T – As AMEAÇAS obriga ao Gestor ter um conhecimento superior do que se passa lá fora.
Mais uma vez no RESTAURANTE DA ESQUINA
1º – Abertura de novo centro comercial
2º – A continua sobre regulamentação e mesquinhez da ASAE
3º – Os melhores fornecedores estão a aumentar os preços
Sem duvida que a maior ameaça a abertura do novo centro comercial vai obrigar a uma grande intervenção no relacionamento com os melhores clientes. Não se pode fazer nada com a regulamentação, mas relativamente aos fornecedores, existe a possibilidade de procurar alternativas.